Vida, Ser e o Tempo.

A vida é longa, o ser é único e o tempo é eterno. Onde estamos hoje? O que fizemos ontem? Quem eu era, quem eu sou e quem serei?

A vida é cheia de fatos. Momentos de euforia e alegria, onde nossos olhos brandam chamas e deixam expostos a nossa pureza e capacidade de viver e sentir a energia da existência. Mas também há momentos de visão, reflexão e introspecção, onde o brilho do olhar se afaga e nos é aberto um poço com uma escadaria onde não podemos em certo momento enxergar seu final. Noção prévia de profundidade desse poço não há, para uns é muito, outros pouco, e quando descemos essas escadas, sentimos cada repressão, arrependimentos e questionamentos. A angústia paira sobre nós. Em alguns momentos da vida temos de descê-lo. Há quem se perca e nunca mais volte, outros sentam em algum degrau, mas vários descobrem que podemos subi-lo e reassumir a estrada.

Nos deixamos consumir pela ansiedade. Ficamos perdidos em meio a tantos caminhos, tantas aflições. Acabamos nos enchendo tanto da ânsia do ser, que esquecemos que sem nos conhecer ou entender a chama que brilha dentro de nossa mente, não somos nada.

Os mais velhos sempre falam de sua vida, do viver de sua geração e nos expõem um emaranhado de situações várias vezes complicadas por qual passaram. É admirável a astúcia de muitos de seus feitos, porém, são fatos de uma geração. Tomar como inspiração é diferente de tomar para si um mesmo trajeto.

Nosso caminho é uma extensa estrada repleta de baús trancados nos quais abrimos com chaves que encontramos talvez em um tropeço. Porém não se sabe qual baú aquela chave irá abrir. Talvez encontre essas chaves espontaneamente enquanto andamos, talvez tenhamos que voltar o caminho para testá-la em algum baú.

Talvez tenhamos de assumir diversos papeis nesse caminho. Chegar a assumir papéis antes nunca imaginados e se impressionar. Mas se há o reconhecimento de sua essência, saberás quem tu és.