O VENTO

La vai o vento, lambendo o tempo

comendo folhas, lambendo águas

comendo folhas, fazendo estradas.

As flores brotam o vento laça

o perfume exala, o vento espalha

o mato cresce, e não se atrapalha

o vento espalha.

Água da chuva cheirando a pedra,

Banho de cuia lambido a vento

tremendo de frio, balançava.

Olhos ardentes choramingando

forçado, batendo os dentes aguentava

O sabão era da terra

a escova de folhas ou uma pedra.

Menino sujo não fala nada.

Água da chuva cheirando a pedra

foi há muito tempo

mas como o vento que leva e traz

daquele tempo são breves os momentos

que traz alento para os momentos

que não viverei jamais.

Artesão
Enviado por Artesão em 22/09/2017
Reeditado em 08/04/2019
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