(In)finito
Ela partiu, afinal.
Enfim, encerrou-se a jornada.
Eles não compreendiam.
O sentir lhes assustava.
É que, às vezes, a dor parece a destruição.
Faltava-lhes o alcance das incertezas.
Talvez a vida fosse isso mesmo.
Essa eterna inconstância... efemeridades, (ir)relevâncias...
Vida-morte-vida.
Feito ciclo sempre renovado.
Talvez a brevidade não precise ser tão assustadora.
Porque cada um tem sua história.
Cada um tem seus momentos.
Cada corpo, uma trajetória.
Cada alma, seus próprios lamentos.
Cada vida, uma direção... um caminho, uma compreensão.
E, talvez, aí esteja a beleza da vida: na fragilidade.
Mas o que aqui deixamos não se extingue.
Vira semente.
Porque o que aqui sentimos, cria raízes.
E alcança o infinito...