SÉRIO?
Amo e odeio todos os meus versos,
depende do dia.
Algumas vezes bastam segundos
para eu ir do gênio ao ridículo.
Que intermitência absurda!
(Tenho o tempo trabalhando e
enrijecendo minha postura,
tenho os afetos pesando cada dia mais
forçando minha alma para o ponto de ruptura).
Sinto-me como um pedaço de arame
que é tensionado para baixo e para cima
até que se parta...
Como posso manter a espinha flexível?
Resiliência? Qual parte? Como? Onde?
...?...
...o dia abafado vai chegando ao fim,
a noite vem, carregando a escuridão inevitável.
Então um pensamento toma conta de mim;
foda-se se são bons versos ou não. Melhor
é não levar as coisas muito a sério,
principalmente, não me levar muito a sério.