A Inocência e a Insanidade

Numa manhã de sol brando

e via o orvalho a cair

debaixo de um céu cintilando

e as vozes que estava a ouvir.

_Quando você virá para casa?

Deste mundo não tão importante.

Você já deve estar cansada!

Desta metamorfose constante

_Senhor insano... diz pra mim

O que você sabe que eu não sei?

Conte-me da história sem fim!

Diga-me e eu escutarei

Com um brilho nos olhos e a sorrir

Ele se vira e sai andando depressa

Algum compromisso urgente

Impensável não cumprir

_Senhor insano... diz pra mim

O que você sabe que eu ainda não sei?

Um mistério ou qualquer coisa assim

Por que está tão feliz sendo tão velho?

_ As crianças do tempo que crescem

E apesar de um corpo minguando

Minha mente ainda adolesce

E a alma se despe do corpo

carcaça de escaravelho.

_Senhor Insano...diz pra mim

Então, se eu não vou morrer

me transformarei enfim?

como devo me comportar,

o que devo então fazer?

_Não faça nada minha doce menina

O tempo responde às perguntas e ensina

O corpo é a alma disfarçada

E viverá por cem ou talvez por mil anos

Como os verdadeiros heróis fazem

Com seus espíritos de eternos ciganos

A vida é apenas um milagre do nada

E em diversos corpos moramos.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 10/11/2017
Reeditado em 24/11/2019
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