Conexões e outra pessoa IX

Depois de um tempo, que às vezes pode parecer uma eternidade, o sentimento deixa de fazer conexões com as lembranças.As memórias tornam se independentes e solitárias, se desprendem do ódio, do amor e da saudade. Lembrar não dói tanto como antes e o passado é apenas um álbum de fotografias empoeirado num canto da estante.

Ela já não o amava mais, não da forma que amou um dia, tão redundante como um clichê que é ainda assim é piegas; O tempo tinha curado todas feridas. A ferida da distância, a ferida da saudade e a ferida das adversidades. Ela também sabia que o amor precisava se renovar, se alimentar para continuar queimando dentro do peito e eles tinham apenas lembranças, a poeira das lembranças. Sem novos acontecimentos o amor deles estava fadado ao fracasso e ao esquecimento, com as conexões extintas não havia mais nenhuma chama que pudesse mantê-lo aceso.

Mas agora ela era livre e havia tirado um peso imenso de si, estava radiante e leve. Foi quando apareceu outra pessoa...

Não era um amor platônico, como antes sentiu, mas era intenso ao ponto de prender a respiração, era também um sentimento calmo e brando embalado por uma paixão lasciva que era apenas compartilhado com os lençóis. Pecados e luxurias espalhados no chão do quarto a cada sonho nascia uma vontade implacável de suprir a falta de uma pessoa dentro dela.

Quando a boca é tocada por outra boca senão aquela que dá um frio na barriga as conexões voltam e voltam também a sensação de perder algo que nunca foi seu.

De amor e paixão transbordava seu coração.Ainda que não tivesse certeza se tais sentimentos eram pela mesma pessoa.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 22/11/2017
Reeditado em 24/11/2017
Código do texto: T6179161
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