Fenix
Eu lutei, lutei forte e bravamente contra o amor doentio, mas caí ferida e nocauteada pela indiferença, com várias lesões graves na alma.
Eu havia perdido a guerra, uma soldada enterrada pela dor e sem direito a menção honrosa, usando as lágrima para limpar as feridas.
Depois de muito tempo caída e sozinha, reuni as minhas fraquezas e num impulso levantei antes que desistisse da idéia, pois já havia me acostumado a ficar ali abraça a derrota.
Com dificuldades, achei que minhas feridas estavam se fechando, mas os fantasmas das lembranças vieram me atormentar como facas, e fizeram as feridas sangrar novamente. Costurei tudo de novo e tentei seguir em frente.
Disfarçava a infelicidade com sorrisos amarelos, enquanto aconteciam várias tempestades violentas dentro de mim, cheias de raios e trovoadas.
O barulho das músicas era o que acalmava o silêncio ensurdecedor do meu coração. Assim, fui cada vez mais definhando, lentamente e sozinha.
Foi nesse momento que surgiu dentro de mim uma louca vontade de viver. Mas, para isso, eu teria que morrer. E assim foi feito. Primeiro, eu matei o sentimento que habitava em mim, num único golpe doloroso e violento, que por um tempo agonizou mas eu nem lhe dei ouvidos. O vi esfarelar e desaparecer como se nunca tivesse existido. Depois, matei a mim mesma, o meu interior. Essa morte foi fatal, sem direito a nem um último suspiro. Então tudo em mim se transformou em chamas e depois em cinzas.
E das cinzas renasci, mais uma vez. Linda, forte, livre e vibrante, como uma fênix, e hoje me faço lendária em minha própria história.
Hoje vôo longe, em busca de uma nova e livre paixão.