Linimento.

Pulverizei de razão alguns dos meus versos,

Os untei de aventura como sempre quisera,

Comprei os sinais de meus restos submersos,

Sustentei-me no domínio ajustado de quimera,

Vasculhei em um baú a direção da esperança,

E o andamento longínquo que sustenta a vida,

Achei-te como juíza e me ateastes a lembrança,

Localizando a nanica chávena onde era servida,

Mergulhei alforriado no céu das adivinhações,

A desencarcerar uma célere paixão desmedida,

A consumir-me no instante de outras vibrações,

Um procedimento que tivesse a ação atrevida,

Busquei o silêncio magnificente das cascatas,

Os fenômenos que circundavam a noite eterna,

As coletâneas publicadas em lindas sonatas,

A convicção e a balada na regência moderna,

Pulverizei de alegria os meus lábios risonhos,

Num linimento juvenil que estabelece a arte,

Na noite negra confiei para ti os meus sonhos,

E quando te percebestes, eu estava a tocar-te!

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 24/11/2017
Código do texto: T6180921
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