Caio
Tô doendo, Raul. Tô doendo por inteiro, aquele nó que ficava só na garganta me tomou. O nó que você dizia que ainda me faria muito mal, que era melhor eu rir e esquecer. Eu quase sempre não entendia.
Agora eu vejo, mesmo que parcialmente, como quando a gente coloca um óculos de sol e enxerga o mundo meio cinza-marrom, vejo direito. E sinto. Tô doendo muito, Raul. Será que agora se eu lembrar da sua voz, der uma risada, gargalhar mesmo e fingir que esqueço, será que adianta? Vou parar de doer tanto, Raul?