ENQUANTO TE ESPERO
Enquanto te espero e muito demoras,
vou me construindo, tecendo-me com tênues fios, finíssimos e diáfanos fios de aço construídos, tal como a paciência que minha alma habita e escrevo-me na linguagem viva que sou na página da minha vida buscando a harmonia dos caminhos refletidos nas entrelinhas do meu ser...
Enquanto te espero e muito demoras,
vou retificando com bom senso meu delicado tecido
e, nas lacunas abertas no primoroso bordado,
o meu fado, destino já traçado, vai compondo os meus dias sem que percebas, pois não vens e tardas e, quando vens, eu te percebo às vezes gentil,
às vezes distante e, às vezes, nem isso...