VIVER IV

Desta vida inútil e passageira
Busca ao encalce de uma verdade
Procuro além viver do algo!
Presumo apenas... Suponho o nada,

Redimo o meu viver em pensamentos
Prossigo, caminho... Busco em vão
Contesto a tudo e nada encontro
Nas ruínas dessa vida, a alma geme

Dos viajantes já não se nota paz,
Soberbos tombam aos poucos
Ao desabrigo silencioso torcem
Nivelam-se ao nada, juntam-se ás ruas

De passos trôpegos o que escapa à morte
Lastimando o triste sofrer adquirido
Ao tudo, ao nada se entregam sereno
Gemem confusos onde a luz sequer não arde

Dormem inconsciente da vida
Quebrando apenas o silencio a pouco adormecido
Ao desabrigo, sobre o solo em noite escura
Esquecem por uns momentos a dor

Tremem de frio na febre dos prazeres
Em busca do "algo", vestígios negros!
A luz! A esperança? Morrem aos poucos...
Não tarda, um morto não tem mais frio!

Choras de manso! Ugem ao vento abrigo
A vida é amarga, e continua assim;
Ris! Sem que percebas o tormento continua!
Sociedade cruel... Mundo sem piedade