Àquela música. A última alucinação
Ritmo que virou vício,
Que vigia a minha loucura,
Cronos me prendeu
Em seu precipício
Eu danço n'altura
Em seu cantar, em feitiço,
Me manda, eu continuo,
A repito, e é como se
Essa fosse a última música
A alucinação que a alma quer
Quando morre feliz
Sem saber que está morrendo
Que já está por um triz, a vida sempre assim, sendo, sedendo
Eu, escravo, na lascívia de sua perfeição
Música ativa, e eu passivo, em sua penetração
Sou agora um zumbi alegre
E lebre, me encontro ao lobo
Eu que sempre quis ser um, mas sou torto, e entregue, me sirvo para o almoço,
Hipnotiza, os meus olhos mal podem crer
Lacrimejam, à alma, um piscar, dois, três
Parece infinito,
Parece que o tempo finalmente parou,
Música que lampeja, doce, constante,
Não existe mais antes ou depois,
No agora, cá estou, tomado, tombado,
A sua beleza me dominou completamente,
O coração já está transbordando,
O corpo vacilante, os ouvidos só sabem ouvir,
O canto da sereia,
De um homem, de uma nova dimensão,
No vazio da esperança, à sua selvagem consumação,
Assim, quando os ventos dançam,
Quando os sons agridoces, envenenam a sanidade, e despida,
Só sabe ser emoção distorcida,
Ou talvez apenas emoção,
E eu quero rezar ao contrário,
Me entregar ao doce canto,
Doce pranto, que chora,
Que me romantiza,
Faz a minha vida uma bagunça,
Concentrada em sua dança,
Eu me pergunto,
O porquê,
Eu penso, em vão.
Homenagem a música The Smiths Well i wonder
Obs.: o autor desta e de outras poesias neste canto do recanto mal sabe diferenciar uma prosa poética de uma poesia, e de um poema, resolvi no cara ou coroa..