A luta contra o sol
Sol forte, quando vem, quer cegar
Sol majestoso, quando vem, a cabeça abaixa, e eu reverencio a sua insolência,
Mal ver consigo, falta-lhe a paciência -- comigo,
A luta todo o dia,
Ou fuga, ao seu encontro, que eu adio,
Ele arde, e me quer igual,
Mas eu fujo pelas sombras, me escondo dentro de casa, pelas calçadas, embaixo das árvores, das pontes, me embrenho nas matas, e ainda o vejo, intenso no horizonte, ou espelhado no rio,
o denuncio, reclamo de ti,
Mas sou apenas um frio, fervendo si,
Protejo a minha pele, que ele quer queimar,
Não é tão branca como a neve, mas é fácil avermelhar,
Escondo a minha alma, que quer as sombras como firmamento, e do sol as sobras, como ornamento,
Mas ele é tudo o que poderíamos ter,
Ele nunca vai ser apenas sobras,
Se é todo seu poder,
Ele é totalitário, sem ele não somos nada,
De qualquer maneira, nos queimaremos às brasas,
até apagarmos no chão,
A luta contra o sol é em vão,
Corremos dele como vampiros,
Buscamos pelos becos, esconderijos,
A vida vira fuga, primeiro do sol??
Poderíamos pensar
Não mesmo
Da própria vida,
Somos jogados, no seu grande evento,
Como gladiadores, cativos,
Que mal foram preparados, e já terão os seus castigos,
Que não foram perguntados, e que responderão com sacrifícios,
Em um espetáculo de esperança (alegria) e tristeza,
O imperador Sol nos olha direto e sem piedade,
Se lutamos na chuva, ou se escondemos dos raios,
Se o Sol é Júpiter, ou se os raios são de Zeus,
Não importam os imortais,
Se suas atitudes não mudam,
Se os mortais são os que mais lutam,
Pensando em fugir, fogem pensando em lutar,
O sol não dá uma trégua,
A vida também não,
Precisa dele, via de regra,
É parte dele, e somos aqueles, que não queriam mais ser..