CARTA A UM JOVEM ESPERTO
CARTA A UM JOVEM ESPERTO
Oi! Olá! Sabe quem eu sou?
Eu sou o perigo. Você sabe o que eu faço?
Eu me esguicho.
Posso ser preta ou branca, mas o efeito te espanta e você fica mal;
Mas tão mal que até o tal esquece que a vida só foi feita para viver; e sem perceber está no pranto porque no meio do espanto ele se deu mal, tanto que o tal está com o coração acelerado.
Ha! Ha! Pobre coitado, desse até tenho dó, e até a minha avó saberia o que estava fazendo.
Coitado do tal, que comigo se deu mal. “Morreu querendo se matar”; mas eu não tenho o que falar, não foi comigo que aconteceu! O bicho desapareceu. Mas um para minha lista, desse jeito eu vou ter o que contar, mas aqui não dá.
Tenho que ir agora, mas não pense que vou embora sem deixar o meu rastro, procure-me no caminho de rato se de mim precisar eu sempre estarei lá a te prejudicar, não deixe a polícia me encontrar porque vai dá o que falar, vai sair até no jornal; e é aí eu vou falar: coitado do tal que de mim abusava. Enfim, agora vocês me conhecem, usem-me se quiser. Eu não tenho culpa de nada, se vocês tornaram-se viciados. Já sabem o que pode acontecer, por dentro eu vou te corroer até o final dando um fim tão banal, a esta historia cruel.
Enfim eis aqui o meu depoimento, eu não sou bicho, não sou jumento, eu sou mesmo o perigo, um passo para a sua morte.
Atenciosamente:
A droga.
Todos os direitos autorais reservados a JOSUEL SANTOS