Ainda assim: amor.

"O nosso amor já não parece mais o mesmo."

Não!

Não me entenda mal, por favor.

Não é como se não nos amassemos mais, não.

Jamais.

Ou como se amassemos menos, ou tampouco como se a "relação tivesse esfriado" como costuma dizer a galera do famoso "amor passageiro".

Não, não é nada tão simples e plausível de qualquer justificativa banal.

O nosso amor... Só não é mais o mesmo, simples, ponto.

E isso não precisa ser necessariamente uma polêmica. Gerar debate ou abrangir toda a negatividade que algumas palavras carregam mesmo quando não são intencionais e tampouco ditas à intenção de atingir e ferir um ao outro.

Não.

Hoje já não somos mais tão crianças, já não temos mais tanto tempo, paciência ou até mesmo disposição.

Não! Eu não quero dizer que algo morreu ou deixou de ter importância.

Ainda nos olhamos com carinho, ainda acariciamos os dedos um do outro enquanto falamos sobre o quão cansativo foi o dia. Ainda temos o ombro um do outro pra chorar ao final de um dia estressante e os braços pra acolher-nos com alegria diante dos dias contagiantes.

O sexo ainda é bom, o sorriso ainda é sincero, o toque ainda é de desejo, e, o olhar ainda carrega toda aquela admiração.

Ainda nos conhecemos.

É, ainda nos conhecemos.

E nos reconhecemos à cada novo dia.

Amadurecemos.

Nosso amor tem hoje o peso da responsabilidade de uma vida "adulta". O pensar constante quanto à como impôr-se socialmente. O preocupar-se em como evoluir diante das circunstâncias.

Afinal de contas nem só de amor se vive um homem e hipocrisia maior ainda seria afirmar que sem o mesmo ele viveria.

O nosso amor não é mais o mesmo...

Mas olha pelo lado bom.

Nós também já não somos mais tão iguais.