Paro

Paro.

Começo a pensar.

Sentir menos.

Recuso-me a apenas sentir.

Não estaria sendo justa comigo.

Em algum momento isso precisa ser feito.

Não sei qual o caminho seguir.

Encontro-me num ponto onde o caminho pode ser qualquer um.

Leste, oeste, norte, sul.

Matemático isso?

Talvez.

Afinal, além de poetisa também sou.

Convivi com números minha vida toda.

Com eles conversei, argumentei, provei.

A vida colocou-me na posição de doadora.

Hoje também preciso ser receptora.

De tudo.

Carinhos, afagos, gentilezas, prioridades.

Preciso me sentir querida.

Apenas assim posso amar.

Então os desencontros.

Abro questionamentos íntimos.

Fico ensimesmada

E paro sim.

Em mim.

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