Teve um dia que eu fiz as pazes com deus
Com o deus dos homens
Não foi apenas um dia na escola, mas durante um tempo
Quando eu tinha aulas de catecismo, e sentia o seu ensinamento
Quando os ornamentos, os símbolos cristãos
Quando tudo aquilo, que nunca interessou à verdadeira religião
Foi abafado pela música simples
Que todo início de aula tinha
Que era um hino à pureza do coração,
Teve um dia que eu fiz as pazes com deus
Com este deus no diminutivo
Com este pássaro azul preso na gaiola,
Incompleto e aflito
Eu cantava alegre, a essência de qualquer fé
Eu cantava naquele passado, a alegria de uma doce manhã, a inocência de uma criança.. cada vez menos cristã, à espera de mais um feriado,
Eu não respeitava ... a prisão que mantinha o pássaro
Eu sentia suas grades, quando alguns nomes eram assoprados: senhor, jesus... Os meus ouvidos não saiam ilesos,
Eu continuo vendo uma gaiola como uma gaiola. Não a confundo com a vida presa,
E não vejo razão para se mante-la, de sufocar a liberdade das asas, em troca de olhos humanos vigiando,
Por deuses de pedra, rezando
A essência não é brinde, é o coração
É o núcleo da Terra
É o começo e o próprio fim
É a única comunhão
É a vida e sua morte
É a sombra de toda luz e a luz de toda sombra
É o tempo de toda era
Naqueles tempos, eu fiz as pazes com deus
Com este deus, e pra nunca mais
Eu cantei com os pássaros dos nossos corações, louvei sem saber o que estava fazendo
Senti o calor da essência, do único significado, de todo e qualquer sentimento
Eu pensei que o pássaro voava
Mas cantava com o vento, assoprava um socorro bem baixinho
O verdadeiro deus, a essência aprisionada
E este deus no diminutivo
Teve um dia que eu fiz as pazes com este deus
E pra nunca mais
Agora eu sei, não é a gaiola dourada que importa
Mas o pássaro azul
Não são os rituais que formam retas
Mas a essência do corpo nu