Ciclo.
Ao plano do período entrego meus cansaços,
E continuo apreciando as canções preferidas,
Colho vastidões na espera dos ternos abraços,
Distingo as chegadas abolindo as despedidas,
Satisfaço-me com o termo que no papel deita,
Registrando os vocábulos que me vem à mente,
Estendo meus fados no limiar da linha estreita,
Coligo a poesia com o que há em minha frente,
Sacio a sede das forças sem tentar entendê-las,
Seguindo os limiares de uma espaçosa vitória,
Sou membro das imprecisões e estou a vivê-las,
Os dotes, as belezas, a magia do ato de glória,
Hoje estou às margens da idéia de antigamente,
Permitindo que mais um ano venha a me atingir,
Um deslumbre completo vivido ambiguamente,
Serenamente aguardando o que venha a surgir,
O tempo me chama lá fora num tempo sem fim,
A entregar-me uma fantasia em distinta estação,
Atilando os conceitos outrora vividos por mim,
Encontrando a ternura como castiça retribuição!