Sobre o sonho que tenho

Eu tenho um sonho, menina. Um dia qualquer conversar com você passeando a beira do lago. E se lá tiver pedalinhos – não sei se tem – andar em um deles fazendo saltar-lhe um sorriso, ainda que seja um riso do meu jeito jocoso ou de alguma besteira que lhe disser.

Tenho esse sonho sem malícia, lotado de um sentimento que não sei se lhe atinge, mas tão bonito que não se explica.

Conversaria com você uma semana inteira. Não! Uma vida sobre todas as coisas. E como se fosse pouco, pediria a Deus que perpetuasse o momento.

Então te peço que me deixe estar contigo após a aurora.

Se me disseres que sim, que é possível, talvez resista à emoção e o meu coração continue batendo até chegar aí, a tempo de enxergar meu pensamento. Apontaria esta manhã ao seu lado como um sol que nasce apesar dos pecados e a tua presença em minha vida como o perdão concedido.

Se me disseres, talvez, não mais dormirei de tanta esperança e solicitude.

Se, no entanto, disseres não, então haverei de não querer despertar para jamais acordar desse sonho que tenho.