Pari

Pari sonhos...díspares de uma realidade.

Nascituros...morreram antes de infantes...inocentes.

Pari desejos, estranhos tão conhecidos...loucos, alucinados, selvagens, indomados!

Feras enlouquecidas lançaram-se aos ares querendo voar...e como Ícaro, pereceram.

Pari a vida já enamorada da morte...triste, encantada,doce...criança apaixonada fadada ao desencanto.

De mim nasceram as mais altas aspirações. Evoluíram sem permissão perdendo-se entre o céu e o inferno...numa silenciosa noite invernal.

Oculta nas brumas vicejou a esperança...nascida do amor entre anjos expulsos do Paraíso. Silente...velava os amantes proibidos de amar.

Pari a mim mesma tantas vezes quantas morri no fluxo incessante das vidas, mortes e renascimentos.

Pari pelo tempo a eternidade concebida num único instante...sem arrependimentos. Tudo É. Para sempre.