Brotou uma flor

E pela primeira vez, ele matara o amor. Sim, o amor nasce, cresce e morre. Nada é eterno, nem mesmo o inestimável tempo, pois eis que ele também é invenção do homem. É o seu fantasma e o seu refúgio (paradoxal).

Sempre o tempo e sempre acreditamos que por mais que ele seja dor, é também morfina. O amor, para nascer - se tem de nascer - surge de uma vida tirada. Sim, ao colher uma flor qualquer, estamos matando a beleza, aquela que por mais que seja invisível para alguns, para outros ela pode ser a poesia em vida e que dá sentido à própria vida, à sua vida.

Tendo a flor sua morte anunciada, enfim teremos o sopro de vida de outrem, no caso, o amor, que surgiu de uma dor para vivificar o sentimento e se tornar prosa, no momento mesmo em que também é poesia...

Fernanda Paulo Albuquerque
Enviado por Fernanda Paulo Albuquerque em 23/01/2018
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