Sem Tempo

O meu corpo se despede de ti.

Pois o meu espírito é volátil

É frágil

É espontâneo

É sincero

É aparente quando quero

É transparente quando preciso

É cúmplice quando o requisitas

É solidário sempre

Escondeu-se num corpo efêmero que está sempre a precisar de cuidados.

Distraiu-se com tuas graças

Exauriu-se no prazer dos teus braços

Deleitou-se com teu encantamento

E a mágica tomou conta de nós

E os momentos se eternizaram

Quão eternos podemos ser

O encanto que perdura é a simples raridade da possibilidade do encontro

Que é sempre protegido pela sedução e conquista.

Um conquistador tem uma área de ação.

Tem uma estratégia, tem alianças, tem parcerias, tem coragem.

O meu espírito despojou-se nas intempéries,

Ficou roto, magoado e ferido por te querer seguir,

Por te querer complacente e na supremacia do que julgou ser maior que nós.

Mas este espírito esqueceu o fator inexpugnável, inexorável : o tempo.

E onde está esse tempo?

No momento em que o teu espírito e o meu

Esquecem que há um corpo e tudo é nada.

Porque é assim o começo e o fim.

E o único lugar no tempo que poderíamos estar era na amplitude entre o tudo e o nada.

Tudo para te ter e nada para nos impedir de nos pertencermos.

In: 'Sem Tempo'

Prosa de Ibernise

Barcelos/PT. 20SET2016

Ibernise
Enviado por Ibernise em 23/01/2018
Código do texto: T6233794
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