UM ESTRANHO DE MIM

Quem sou eu? Sou o que sou, ou quem dizem que sou?

Quem sou eu? Sou alguém ou ninguém? Se sou alguém, não me reconheço, pois não sou quem pensam que sou, então, logo esqueço quem sou. Se sou ninguém, não posso ir além, pois a verdade me detém, já que, como dizem, não sou ninguém.

Dizem que todo mundo é alguém, mas acho que sou ninguém, porque o que você ver, até pode ser, mas não me convém. Porém, uma coisa sei que sou; sou vazio, sou ilusão, sou mentira, sou razão. A dúvida me destrói, por dentro me corrói, então grito e suplico, querendo saber quem sou. Não sei, quem sabe, talvez eu seja um estranho de mim, pois não sei porque sou assim.

Sem brilho, sem emoção, talvez sim, talvez não. Tento entender, mas logo reconheço que é triste a situação; ser o que é, sem saber ao certo quem é, no entanto, se dizem que sou o que não sou, então logo sei quem sou: sou um estranho de mim.

Josildo S Neves