Bendita a lagrima que aos meus olhos nasce
Suavizando minha alma atormentada,
Lavando-me o espírito, desgastado, a dor
Da saudade infinita desse amor,
que a perda pela morte me apagou.

Lagrima descendo torrencialmente,
Em pranto convulsivo e insistente,
Teimando enfim, em dilacerar-me o peito.
Quero conter e grito mas sem jeito.
 Soluços longos, dor atroz vivida,
Como se a existência, nesta triste vida,
Se transformasse apenas em sofrer...

Com o rosto em brasas os olhos tristes,
apagados. O coração dorido e em
sangramento,abrazado.
Venho a sentir
Esse alivio das lagrimas,
 que machucam
Mas que  curam o meu ser.

Choro, mas agora um choro terno, amigo
Foi embora o desespero, a paz ficou comigo,
Na saudade calma e conformada,
De quem concede a si  mesmo esse conforto,
De possuir o lenitivo amigo
No derramar das lagrimas, no rosto.

Lembranças boas procuro em meu viver,
São nascentes de lagrimas de amor.
Suaves, como roçar de anjos a querer,
Mitigar a dor já conformada,
Descendo pela minha face acabrunhada
E vindo aos meus lábios a morrer.