Eu gosto muito da personalidade do, Bentley, meu cachorro. Ele está sempre perto de mim, demonstrando satisfação.
Na casa, há alguns cômodos, que são os seus favoritos de permanecer, mas ele abre mão de ficar neles para ficar nos lugares onde preciso estar.
Quando eu me demoro além de suas expectativas, nos locais que ele não gosta de ficar, ele me chama para ir com ele, para seus comôdos de preferência.

Tudo de que  gosta,  arruma uma maneira de se comunicar até conseguir o que lhe agrada, ou conseguir aquilo o qual necessita.
Sabe pedir água e pedir comida. Sabe, também, pedir, quase exigindo, comida diferente daquela que lhe é servida de costume. É impressionante, como o Bentley, meu cachorro consegue se expressar de uma maneira inteligente.
Ele é um cão que jamais faz qualquer sujeira dentro de casa. Quando precisa, chama  para sair e poder  fazer suas necessidades fisiológicas.
Quando viajamos de avião. Mesmo a  viagem sendo longa, ele aguenta firme sem fazer suas necessidades no voo. Ele viaja sem incomodar e sem se incomodar com tantas horas de voo.
Ele está em minha vida, desde que tinha um mês e meio de idade. Já faz sete anos e meio que convivemos diariamente. Não consigo lembrar de mim, antes dele.

O Bentley nasceu em Nova York, e veio para o Brasil comigo, quando ainda era bem pequeno. Completou seu primeiro ano de vida, em terras brasileiras. Aprendeu rapidamente a língua, os costumes e se adaptou bem ao mundo brasileiro. A única coisa que não conseguiu se acostumar foi com as músicas. Enfim, ele estava acostumado a ouvir outros tipos de músicas. Mesmo nos Estados Unidos, a música country nunca foi sua escolha musical.
Ele também não compreende o por quê de tantos cachorros desamparados, sem donos, pelas ruas. Num país onde as pessoas reclamam do desflorestamento, da matança de animais para consumo, de produtos animais em roupas, e em toda ordem de alimentos. O Bentley se mostra muito pensativo à respeito do descaso que ele observa pelas ruas das cidades e pelas ruas do país. Ele se confunde entre o que as pessoas dizem e a maneira delas viverem, ignorando tudo aquilo do qual sabem como ninguém criticar e até mesmo levantar bandeiras em protestos.
Eu tento explicar para ele, que são coisas do mundo humano. Ele franze a testa, e se mostra surpreso porque o mundo humano que ele tem referência é o meu, é o nosso.
Tento explicar para ele que um inteligente poeta, dramaturgo e ator inglês, certa vez disse: “Há mais coisa entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”.
O Bentley me olha e tenta me dizer que há muita coisa na terra que jamais conhecerá o reino do céu. Olho para ele, demonstrando-lhe que concordo e lamento.
O que eu sei bem ao certo é que sou um pouco cão e o Bentley é um pouco gente. Juntos somos uma boa parceria
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 19/02/2018
Reeditado em 19/02/2018
Código do texto: T6258538
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