VELHA COMPANHEIRA SOLIDÃO.

Em meu recôndito canto do quarto,

Onde a noite escura se adornava com uma lua crescente recente, a solidão me abrazava o íntimo e eu tão abatido pela falta de solução, ergui meus braços em clamor aos céus e perguntei : Por que?

Por que tanta desventura em meio a tantos sonhos e tantas desilusões presentes.

Percorri todos os cômodos do grande casarão... Todos os serviçais de folga.

De que me valiam alguns bens e dinheiro se a minha realidade e meus modos não me abonavam comprar qualquer falso prazer.

Foi quando Adenair adentrou à sala me pedindo licença pois precisava de algo que esquecera ao sair. Adenair era a arrumadeira.

Me senti alegre ao vê -la. Já não estava mais tão só.

Sorri para ela e ela um pouco acanhada me sorriu admirada.

Eu sabia que ela era também sozinha e que na humildade seu trabalho compartilhava moradia com sua mãe.

Não a deixei ir. Findou - se assim nossa solidão.

Todo o conteúdo desta prosa é ficção, qualquer semelhança a fatos reais é mera coincidência.