Usurpação
Aos montes se ajuntam
Um bando de malditos
Gritando, berrando
Aos quatros ventos
O prazer em desfazer-se de alguém.
Contando as vantagens em sentir-se rei
Por violar a mais sagrada segurança e caminhar para realizar mais uma covardia.
Descrevem os detalhes da usurpação bem desfarçada.
Em cada passo lento vai desamarrando os nós e os cadeados são pouco a pouco quebrados..
Visitam o lugar sem ao menos bater os pés antes de entrar. Sentam, se alimentam, se protegem do frio.. Descansam. Removem o que acham que não deve ficar por ali. Exigem mais alimento, cobertor e lazer.
O lugar visitado é invadido e descaracterizado. Abusam. Saem. Deixam tudo aberto e sem proteção.
Se ajuntam e comentam em voz alta, orgulhando-se. Berram e se super valorizam. Vai embora pra longe do que sobrou. Quem invadiu, mandou, desmandou, manchou, e fez festa em um lugar sagrado. Desfez da fé de alguem e acabou com seu santuário.
Santuário que cai aos pedaços. E vai precisar de uma reforma e de novos meios de segurança..
O trabalho é custoso e demorado. Mas uma vez reconstruido, jamais será invadido e derrubado. Mesmo que com marcas do desastres, o santuário segue sendo seu lugar sagrado. E já não é toda visita que poderá adentra-lo.
Os covardes continuam berrando sua masculinidade. Enquanto alguém junta caco por caco, para se refazer.
Os covardes continuam o ciclo, invadindo.
Se ajuntando em esquinas e comentando suas maldades.
Muitos convades destruindo. Milhares de santuários refeitos.