A LUTA, A CRUZ E O LUTO
Havia de estar enlutado
Com as golas embebidas em sujeira
Memória duma forja assistida
A Porto regada, mais vago que a areia.
Ouvia o resquício insano
Caso de adestrar baleia
A moça pelo vil encanto
Casquilho de derreter em lume.
Da cinza, brotou a inocência
Da espingarda se fez fuligem
Da gente a comer alvoroço
Coser a seda, manso desgosto.
Ousou emplumar do coiote a pele
A encobrir tenebrosa ousadia
Um jarro entornando chorume
Com mel passado a faca.
Só carecia estar de luto
Por mais silvos que endereçasse ao mar
Por mais cárcere a se fazer liberto
Sua cruz inda vagava por perto.