Há, atualmente, um  culto à loucura. Trata-se dela, como se fosse algo para ser reverenciado. Talvez, como incentivo às pessoas, a saírem de si mesmas e tentarem viver mais intensamente, enquanto houver oportunidade.
Eu não estou certa, de que a loucura seja algo positivo, indiscriminadamente.
É bom de se viver, aquilo que esteja fora dos padrões considerados "normais”. Como por exemplo: tomar banho de chuva; pisar em poças d’água, fazer amor na praia sob o luar; beber água no gargalo da garrafa; falar o que pensa e o que sente (sem ofender, obviamente, pois ofensas vem da raiva, e a raiva é insana);  viajar sozinho; recusar empregos mesmo necessitando deles, que não preencham as expectativas;  dar um basta em coisas que foram se acumulando ao longo dos anos e que sejam sem propósitos; comer fora dos horários das refeições; aprender a andar de patins em idade avançada; não participar de coisas as quais não concorda, para agradar; casar-se depois de idade avançada; acordar cedo sem motivos.
Há uma infinidade de coisas que se pode fazer, e que estas sejam consideradas fora dos padrões.
Contudo, não se deve confundir, cometer loucuras, com cometer maldades.
Eu tenho um mural, no facebook  que é bem simples. Não há nada nele, que possa chamar atenção. Recebo as pessoas que o frequentam, carinhosamente e as trato sem distinções.
Contudo, há sempre um ou outro indivíduo que implica com o meu jeito de ser. Logo que, comecei a lidar com o facebook,   eu ainda não sabia direito como fazer isso. Quando alguém se magoava comigo, por razões descabíveis, eu me sentia responsável pelo que causava, mesmo sem querer ou mesmo sem saber.
Lembro-me de um certo amigo, que me parecia ser uma pessoa excelente. Profissional competente, pois ele era reconhecido, em sua profissão de dentista. Uma pessoa inteligente e um tanto quanto obstinada.
Gostava de  cientificar-me, em qualquer oportunidade, de  que eu era uma pessoa egocêntrica.
Essa avaliação era feita sem o menor conhecimento sobre mim, baseada, completamente, no meu perfil facebookiano.
Certamente, eu não posso ser responsável pelas conclusões que chegam à meu respeito. Além de que, conclusões alheias, negativas, não me incomodam.
Naquela época, não sei ao certo, se me incomodava a avaliação feita sobre mim, ou se, me enfadava perder a amizade de alguém por quem eu sentia respeito e admiração, e não haver reciprocidade.
O sujeito a quem me refiro, implicava com as minhas fotos. Toda vez, que eu as publicava, ele perdia o controle de si e vinha me confrontar, dizendo que eu estava passando dos limites.
Na época, eu pensava sobre os tais limites, aos quais ele se referia. Quem seria que os estipulava.
Apesar de ter deixado claro, que ele deveria se importar consigo mesmo e me deixar ser do meu jeito, ele não desistia de me atormentar.
A primeira vez que ele, por essa razão, se desfez da nossa amizade, eu  o procurei, por valorizar a amizade, para que reconsiderasse e esquecesse tais julgamentos,  tentei lhe explicar que mesmo que eu fosse uma pessoa egocêntrica, como me julgara, que não seria atingido pelo meu egocentrismo.  Ele aceitou com a condição de eu não fazer publicações com as minhas fotos. 
Acabou que, fui me distanciando dele porque passei a enxergá-lo melhor e perceber como ele mal tratava suas amizades. Principalmente, as amizades do sexo feminino. Com o tempo percebi que ele era mais do que um sujeito arrogante, ele era insano.
Digo que era, porque não sei se procurou tratamento.
Eu também tinha uma amiga,  que dizia que gostaria de ser minha filha e ser como eu quando “crescesse”. Ela me parecia ser, uma boa pessoa, inteligente, estudiosa e focada.
Com o passar do tempo, começou a sentir ciúmes dos meus outros amigos e a ficar inconsolável se eu me esquecesse de visitar seu mural. Ou até, às vezes que eu não respondia, apesar de curtir, seus comentários em minha página, se tornava um agravante em nossa relacão.
Com o passar do tempo, ela buscava uma maneira de me afastar dos amigos, os quais, considerava que pudessem oferecer  quaisquer ameaças.
Chegava ao exagero de puxar conversas, particulares, sobre a minha pessoa,
para poder, depois, vir me contar.
Eu, apesar de ser uma boa observadora, não gosto de julgar as pessoas. Mesmo porque, não conheço suas essências, suas carências, enfim, eu não conheço suas vidas.
No início, desse processo facebooquiano, eu me sentia afetada e ia convivendo com tais insanidades, pois era inexperiente.
Com o passar do tempo, eu fui amadurecendo e colocando-me, em meu lugar. Na verdade, eu estava sem saber como agir e ia me perdendo  de mim mesma, para poder agradar as maluquices alheias.
Os anos foram passando,  eu não dou mais chance para as pessoas virem me tripudiar. Mesmo assim, não posso impedí-las. Entretanto, elas podem me dizer o que quiserem, pois não me afeta. Eu não me importo. Inclusive, eu lamento.
Obviamente, que no momento em que leio certas coisas negativas, eu sinto uma sensação desagradável, pois sou humana.  Contudo, essa sensação logo se desfaz, pois eu sinto amor por mim, e não permito que pessoas venham regurgitar, suas insensatezes, sobre mim, ao ponto de me ferirem.
Creio que, essas pessoas sejam as verdadeiras loucas, no sentido exato da palavra, e deveriam procurar ajuda. Infelizmente, não conseguem enxergar o mal que causam.
Assim como eu, não me sinto afetada pelas estranhezas alheias, outras pessoas que são escolhidas como alvo, talvez não sejam tão inabaláveis.
Provavelmente, essa seja a meta do louco: enlouquecer qualquer pessoa, que sintam por elas, algum sentimento negativo.
Creio que, sejam pessoas com sentimentos obcecados, obstinados e pútridos.
O ser humano tem dificuldade até para reconhecer as dores e as doenças de seu corpo. A maior dificuldade é a de reconhecer as doenças mentais e espirituais.
Eu sou uma pessoa que, não costuma sentir medo. Mas,  sinto receio de pessoas sem consciência.
A meu ver, consciência é primordial para a saúde de uma vida normal. 
Sinto-me responsável pelo que eu sou, pelo que eu faço e pelo que eu sinto. O que sentem por mim, eu considero com muito carinho. Mas, todo sentimento insano, atribuído a mim, eu não posso me responsabilizar por eles.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 01/03/2018
Reeditado em 01/03/2018
Código do texto: T6268017
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