Olhos de Passarinho

Eu sei, eu sei... Nossa vida nem sempre é feita dessas memórias que queremos repetir... Como você, também já me perguntei quantas vezes a alma, rota, chegou sangrando os dedos doloridos, asas molhadas e frias?! Quantas vezes, no ritual de arrumar as penas, o bico salpicou-as de feridas e gemidos? Um dia meu canto também me perguntou: por que emprestar a face a chorar se a vida não merece que a olhemos a partir desta dimensão? Hoje, queria que pudesses ver, mesmo se no escuro, meus olhos de passarinho... Sim! minha voz asperge sussurros de luzes e orvalhos da noite e o peito voa profundezas, mas logo volta trazendo no bico Vivaldis, Mozarts e Tchaikovskys...