Houve dias que me apresentava como primavera, mas por dentro estava em tempestades. Eu tinha ventos de ciúme, chuvas de ansiedade, trovoadas de medos e raios de raiva.

Houve tempos que me apresentava como verão, mas por dentro estava frio. Eu tinha gelo de insegurança, coração empedrado para a solidariedade, tremia de timidez e me contraia fechando meus olhos aos necessitados.

Houve momentos que me apresentava como inverno, mas por dentro estava em chamas. Eu tinha fogo de paixão, ardência de desejos, anseios ardentes e uma excitação abrasadora.  

Hoje em dia vivo constantemente o outono, mas por dentro às vezes estou quente ou frio vivendo num imenso jardim repleto de flores. Eu tenho um sol de esperança, uma lua de prudência, estrelas de alegrias, luz de sabedoria e um céu de amor. Congelei minha fúria, esfriei minhas loucuras, e gelei minhas aflições.