POR ESSAS E MAIS OUTRAS

O dia percola sombrio

Nas aves, os olhos não vêem

Betume aprimora o ficar

Assim, espora se arrisca a curar.

A brisa se encolhe por medo

Aluvião responde ao segredo

Nossos ovos mexidos nas ruas

E eu a fisgar a memória.

Passado de história:

Resta o mar choroso que está

A poesia por dentro dos ossos

Resmunga na prancha que dói.

E, dormindo à sombra, segue o limo

Sempre com o azul no olhar

Mente sem o mel a disfarçar

E eu à penumbra, na sala de estar.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 29/08/2007
Reeditado em 13/05/2008
Código do texto: T629643
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