POR ESSAS E MAIS OUTRAS
O dia percola sombrio
Nas aves, os olhos não vêem
Betume aprimora o ficar
Assim, espora se arrisca a curar.
A brisa se encolhe por medo
Aluvião responde ao segredo
Nossos ovos mexidos nas ruas
E eu a fisgar a memória.
Passado de história:
Resta o mar choroso que está
A poesia por dentro dos ossos
Resmunga na prancha que dói.
E, dormindo à sombra, segue o limo
Sempre com o azul no olhar
Mente sem o mel a disfarçar
E eu à penumbra, na sala de estar.