A porta

Depois de encontrar as verdades, a porta não lhe faz mais sentido.

Entretanto, firmou-se um certo apego ou, quem sabe, até um chamego...

Não há nenhum portal.

Não mais revelação.

Mas ela segue à frente da porta.

Caminha em círculos.

Talvez um espiral.

É que a porta conhece suas faltas...

Os disfarces vão se desmontando.

Não mais desculpas a criar.

Ela e a porta.

A porta... E ela...

A paralisia causou certo estranhamento.

Talvez até certa revolta.

Mas a estrada até a porta fez-lhe ciente do quebra-cabeças.

Há sempre um novo entendimento.

A porta não se esgota em si.

Seriam as faltas tantas assim?

Ou haveria a falta original?

De todo modo, a realidade era impetuosa.

Ainda estava ali: frente à porta.

E, dessa vez, não era só uma porta, afinal.

Era ausência de tudo.

Era a porta do início...

Marii Andrade
Enviado por Marii Andrade em 03/04/2018
Reeditado em 03/04/2018
Código do texto: T6298242
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