As quatro estações

Era tão linda aquela inspiração.

Quisera que tudo tivesse ido embora.

Mas não queria, voltei sem demora

toda vez que segui.

Prometi ainda tendo esperança o silêncio

E chamei ao fracasso,

uma dança sem compromisso.

De sorte que era janeiro e o ano começava.

Havia tempo de florir um jardim

com todas as cores de rosa

com todas as formas de luzes.

Dizia a mim mesmo

que havia de restar um caminho

um sorriso, uma criança,

um outro amor nos ares do outono.

Mas, como dizer o que é certo

sem ser outro cego?

Segue a poesia e quiçá na primavera

não haverá desenganos,

nem o cinza derradeiro do inverno.

Enfeitará a cidade, a gentileza dos olhos

e um velha amizade resistirá à ventania.