SERENA
Aqui neste espaço que tomo emprestado a meus cuidados, eu cubro de calor o germe da esperança. Eu não sei que tamanho tem seu fruto. Pode ser que eu me embarace em suas raízes. Mas acalanto esse tempo para vê la existir fora de mim. Caminho pela casa silenciosamente e meus pés demarcam fronteiras imaginárias. Aqui o pomar. Ali o repasto. Acolá o ninho de sonhos. E por toda parte coleciono vozes codificadas em vidas de papel e tinta. Minha pequena história também está sendo escrita nos passos que dou aqui e no descanso em que desapareço momentaneamente, respirando apenas nesse mundo. Na janela revisitada vejo ao longe a mesma cidade debruçada sobre o asfalto. Meu olhar porém é outro, nascido da solidão e do contentamento, iluminado pela memória de um sorriso que captei na imensidão do mundo...