GENTE

Todos os dias,

cruzo com pessoas apressadas,

em corredores imensos.

A maioria, sisudos,

Fechados em si mesmos.

Olham-me como se

Eu não existisse.

Sou um número,

Uma a mais,

Na estatística.

Entre pessoas sofridas,

Procuro levar esperança.

Brinco, descontraio, faço graça.

O quadro já é triste,

Não sou eu que vou deixá-lo pior.

Passo sorridente e saltitante

diante dessas figuras sisudas e sem graça,

Elas não me afetam.

Aqueles que estão ali, à espera,

Procurando resolver suas dores

Talvez sejam mais felizes do que eles.

Em contrapartida,

Encontro poucos, mas felizes.

Estes me alimentam,

Me passam boas energias e eu a eles.

Já os considero amigos.

São eles que me fazem

Acreditar que é possível

Ser feliz com o pouco,

Trabalhar com alegria,

Servir ao próximo.

Estes são gente.

E os outros?

Quem sabe sejam...

um dia.