Confissões

"Porque gostar eu gosto de muita gente. Mas amar mesmo, de verdade mesmo, do peito até parar, aí é só você."

Essas foram suas palavras. As últimas.

Ela segurava firme sua mão e dos cantos de seus olhos nasciam rios que corriam pelas ladeiras negras de seu rosto. Nada falava, apenas não desviava o olhar.

Ele continuava segurando a mão dela, sorrindo, no entanto. Sabia que de verdade mesmo a amara. Sabia que tinha se esforçado em ser o homem dela, que ela precisava e merecia.

Olhava-a com os olhos quase fechados, relutantes. Seus lábios a esbranquiçar e seu rosto a palidar-se. Em segundos partiu, ainda sorrindo.

Ela encostou a cabeça na mão dele, ainda escutando a afirmação que fora amada de verdade mesmo, até parar o peito.

Crônicas de um Ignorante
Enviado por Crônicas de um Ignorante em 25/05/2018
Reeditado em 13/01/2019
Código do texto: T6346085
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.