A saudade continua aqui

Toda vez que a saudade aperta de um jeito que chega a faltar o ar, eu caminho até meu quarto abro o guarda-roupa e procuro uma camisa velha que você deixou aqui. Numa tentativa de amenizar, eu me visto e procuro teu cheiro esquecido na camisa velha. Me envolvo em um abraço triste e solitário, e permito as lágrimas. Embora eu não saiba onde é que você foi morar, me sinto conectada como um fio invisível de longa extensão.

Me vejo te amando ainda, sem te ver e te tocar.

E essa saudade de todo dia e que vez ou outra me faz chorar, vem pra me avisar que o amor não se foi com as palavras. Ele ainda permanece intacto e forte. Tão forte que me faz acompanhar o seu sorriso ao lembrá-lo. O peito aquece ao lembrá-lo.

De alguma maneira você continua aqui, na camisa velha, na foto guardada, no sorriso desembestado, na música de Tais Alvarenga, no meu peito e em tantas poesias que eu escrevi. Você continua aqui em mim.