Eu, condomínio de mim

Hasteou-se a bandeira da paz...

Arrasada por batalhas recentes, a inquilina mais moça já não suporta os atravancos da estrada.

Exausta... esgotada...

Ela olha ao redor.

Na periferia, avista duas velhas figuras.

Jovens inquilinas antigas.

A parcimônia estampa à frente.

O entusiasmo comemora o contato.

- Estamos aqui! - é o bom dia da vez.

Surpresa por tal ironia, a inquilina mais moça descobre o segredo: o auxílio vem de outras(s) figura(s).

Já se sabe o porque de tamanha população habitando um só corpo.

Sou várias, mesmo sendo uma. Muitas em mim habitam.

Em mim estão todas as forças.

Posso me cansar. Em mim encontro abrigo... descanso...

As inquilinas aguardam as horas.

Elas sabem o momento.

Respeitam o que sou.

Aceito o colo cedido.

Encontro a esperança.

Ser muitas me fez ser a utopia do mais puro amor – próprio amor...

Marii Andrade
Enviado por Marii Andrade em 07/06/2018
Reeditado em 07/06/2018
Código do texto: T6357887
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