BANANA
Sábado comi uma banana no pé.
Parece coisa banal, mas quantos ainda não experimentaram a fruta amadurecida pelo sol, bonita a se oferecer já de casca aberta?
Quantos nem viram ao vivo e em cores uma bananeira?
Enquanto me fartava daquele mel escondido na simplicidade daquela ingênua fruta, cheguei bem perto do que creio ser o paraíso.
Não o paraíso imaginado do além morte, mas o paraíso perdido dos improváveis Adão e Eva.
Fruta no pé, corpo desnudo, estações do tempo definidas, instinto.
Natureza farta, ócio farto, sono em liberdade.
Relva, ar puro, chuva anunciada.
Sem contas a pagar, amigos a conquistar, paixões inevitáveis.
Paraíso é mesmo fruta no pé.