AS PRIMEIRAS ESTRELAS

Há uma árvore

Ele observa o horizonte

É fim de tarde

Está só 

O coração dói demais

Não foi feito para aguentar

E como sofre por amor

Olha o galho

O Sol não há

Nem palavras de afeto

Ele diz adeus aos passarinhos

Que ali não estão

Sopra o vento sua esperança

Beija-lhe a face num gesto fúnebre

E feito criança chora

Sente necessidade de não existir

Num laço perfeito

Ele que tanto sonhou

Que tanto aguentou

Pula!

Seu corpo balança 

Enquanto choram pétalas de flores

E ele agora livre

Vê as primeiras estrelas

E dorme em paz.

Victor Said
Enviado por Victor Said em 15/07/2018
Código do texto: T6391104
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