A CIDADE DOURADA

Entediado da vida

na velha Cidade Dourada

tomou a estrada comprida

numa fria madrugada

deixou para trás das muralhas

onde vivera por anos,

os trapos, sapatos e as tralhas

seus livros de estudos e planos

Então embrenhou-se na estrada

o triste Arcade insano

as mentiras reveladas

sobre as terras dos tiranos

também pareciam humanos

confuso de desesperança

eles não tinham chifres,

tampouco eles tinham cauda.

Aonde ele havia chegado

Não sabiam da sua existência

nem da cidade dourada

eles tinham consciência

Ele veio das profundezas

tem de ser engaiolado

sem saber a natureza

E o que fizera de errado?

Uma Besta capaz de falar,

Como fosse aberração?

Puseram-se a questionar

Sem piedade e razão.

Arrombaram a gaiola

causando o maior alvoroço

A indagar mente retorcida

tomaram-no pelo pescoço

O porquê da migração

e como fora a sua vida

e o que a Besta maldita

fazia na civilização

Retomaram a velha estrada

muito bem acompanhado

não havia ouro nem nada

a Besta lhes tinha enganado

Ao voltarem o olhar para besta

não viram mais o seu rosto

como um passe de magia

havia se descomposto

Ao ter novamente o seu povo

logo foi questionado

pois havia regressado

a sua Cidade Dourada

indagaram o renegado

que replicou indiferente

Eles não tinham chifres

tampouco eles tinham cauda

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 20/07/2018
Reeditado em 04/05/2024
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