Oh, dúvida cruel!...

Mamãe falou que tô pirado, só por causa dessa garota

Que ferveu meus pensamentos e afanou meu coração...

Que farei... O que farei?

Juro, juro que não sei...

Menina boba!

Garota cruel...

Que me afastou de mamãe!

Só pra tentar, mais uma vez, satisfazer-se!

Seria assim a paixão,

Tal um vulcânico acontecimento...

Que chega de supetão,

Arrebata, sacode e suga...

O corpo, a alma! e o coração de alguém

Para, num piscar de olhos...

Sem prévio aviso, desaparecer!

Deixando para trás apenas monturos

De tristes e deprimidos destroços...

Mergulhados em tonéis de saudade!

Onde dantes florescia pujante, feliz

Uma vida...

...Vida incrivelmente promissora?

- Oh, doce e dilacerante saudade diária!

Daquele sinuoso e nada inocente corpinho...

Sim, aquela menina malvada!

Queria, quem sabe, gerenciar a minha sexualidade...

Sugando o meu sangue, a minha vida, talvez...

Será que isso tudo ela queria de mim!

Menos os meus tímidos...

...Mas límpidos e puros sentimentos?...

Hoje sei...

Que aquela bruxuleante garota, veio só pra bagunçar

E tudo, tudo mesmo, de mim tentar levar...

Sem dar a menor chance que fosse

Para o verdadeiro amor, entre nós brotar...

E então, um escravo do seu capricho

Eu seria?... Ou ainda serei?!...

- E então... Que farei...

Ou o que você faria?

Eu te juro! juro que não sei...

Mas que ela algo quer, ah, isso ela quer!

Quer porque quer, e não tem colher...

E agora, assim ameaçando loucamente!

Grita aos quatro ventos! que alguém morrerá...

Se eu não lhe der, o que tanto quer!

Vixe! Vixe! Vixe!

- Socorro mainha!...

Será mesmo que se eu não der...

O que tanto quer, porque quer!

Essa empacada pirralha...

...Ainda uma escassa promessa de mulher!

Algo de muito ruim me acontecerá?...

Morrerei, por certo morrerei...

Mas, oh dúvida cruel!

Mãezinha, querida mãezinha!

Venha logo em meu socorro, venha...

Tô perdido e ainda nem mesmo sei, ao certo

Mi diga, mi diga, mi diga... mainha querida!

- O que será mesmo...

...Queeessssa doida varrida tanto quer?...

Viiiiiixe...

Armeniz Müller.

...O arrazoador poético.

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