Reservo-lhe este título, caro leitor

Eu tenho um coração pendurado no peito...

Ele brilha, como tantos outros, tem também uma parte pontiaguda que, como tantas outras, fere. Essa parte pontiaguda, um dia, no tempo em que ele ainda estava inteiro e bonito, roçou nuns lábios pequenos e acolhedores, sendo logo rejeitada. Eu tenho um coração pendurado no pescoço que, como tantos outros, caiu um dia e perdeu uma parte de si. Essa parte se perdeu em mim. Eu tenho um coração branquinho e transparente que, de tempos em tempos, consegue mudar de cor. Já foi rosa, já foi preto, já foi vermelho e, hoje, não tem cor. Eu tenho um coração pequenino, um coração preso por uma fina linha de silicone.

Eu tenho um coração que um dia caiu. Caiu e se quebrou.

DATA TEXTO: 05/05/05