Não queira, lágrima, sair. Fique retida dentro do meu mistério, recolhida na inércia do meu desafeto. Não ache de todo o ruim, é apenas uma forma de poupar seu sacrifício em vão. 

Derrame-se quando apenas valer o pranto, quando dele emergir suspiros. Não deseje se exprimir pela minha dor, ela é transitória.

Sendo breve a dor, não terás o motivo de me permanecer, então se retenha. Eu não quero tomar-lhe em minha boca, não sem antes provocar-lhe, num ato de prazer ou extrema felicidade! É assim que eu desejo-lhe, lágrima minha. 

Gotejando em minha úmida boca e salgando meu paladar, ficará em mim, lágrima maliciosa.