Renascente
Somos cada um em nossas vidas
Semelhantes a indiviso ponto que se move
Nos arcos das incontáveis galáxias espiraladas
Plenas de estrelas que acolhem ao seu redor
Os vassalos dos reinos astronômicos
Algumas vezes somos astro-rei
Em outras, corpos circundantes
Qualquer sina somos nós
Astros que percorrem a infinidade
Em vidas que transitam
No espaço que se desdobra
A cada vez que o imaginamos
Retornamos qualquer instante
Nos rumos do vir a ser
Criando nossos próprios tempos
Em cada ciclo conduzimos
Nosso mundo vivo pensante
Entre abstrações ou realidades
Nas calmarias ou tempestades
Os circuitos de nossas existências são
Iguais aos das galáxias espiraladas
Aonde vamos? Tola pergunta,
se nossas vidas bailam
nos salões do infinito
ao compasso da música
que soa em toda parte
O que assistimos?
Cada um de nós se deleita
Com o matiz que lhe faz bem aos olhos
Cada um de nós se apega
Àquilo que lhe agrada
Compelidos pelas forças
De atração ou repulsão
Pelo que sentimos em volta
O ego se infla e deseja
A suposta porção valiosa
Do quanto lhe é legado
Nossos mundos são luz
Outras vezes sua ausência
Nossas vidas seguem assim
Entre paixões que nos arrebatam
Ao sabor das correntezas
Do amor ou do ódio
Da crença ou do ceticismo
Do sonho ou do desânimo
Nossas vidas volteiam
E graciosamente seguimos
A sonoridade estendida
Pelo sem fim do universo
Em toda parte o regente
Com seus braços que abarcam
Uma orquestra vibrante algures
E nos reanima ao som
Da melodia incessante
Envolvendo-nos no êxtase
Da vida renascente