A seca

O sol sai como labareda

Queimando como a larva de um vulcão.

Cada dia mais quentura,

Mais poeira,

Mais sofrimento.

Os poucos rios

Com suas poucas águas

Já secam.

As poucas sombras

Das poucas árvores verde que restam

Também estão secando.

Suas folhagens amarelam e caem.

E o sol, o malvado sol, não tem compaixão,

Cada vez mais a queimar.

Como um carrasco, para agonia de todos.

Matando aos poucos para que um veja o sofrimento do outro

Sem nada poder fazer.

O pingo de suor

que cai do rosto de cada um

E como se fosse a última gota de esperança.

Nenhum forte

É capaz de resistir a seca ardente

A matar tudo

E todos.

Luiz Viana
Enviado por Luiz Viana em 16/08/2018
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