Incitação.
A pressa que eu tenho, e até me admira,
De recolher as palavras outrora perdidas,
Num tempo a passar pelo que se adquira,
Resquícios de obras troncas e retorcidas,
É a pressa de livrar os instantes do medidor,
Do algoz preso na parede num bater infindo,
Viajando no desenlace do devaneio criador,
E sem me dar qualquer atenção vai seguindo,
É a mesma que enterro no meio do arvoredo,
A própria na timidez de buscar nova terra,
O prognóstico alternado no mesmo enredo,
É o segundo eternizado na avareza da guerra,
A pressa é para buscar um sonho esquecido,
Numa candura que se perpetua entre as flores,
De resgatar um doce apego dantes enternecido,
No período em que ninfas despejam seus olores,
A pressa que tenho é para oferecer momentos,
É para manter a vida na minha alma e coração,
Com o realçado dos instantes dos pensamentos,
No branco papel para compor uma dedicação!