Embriaguez
Vida me coloca em sentidos profanos
Sentirei na pele a revolta dos errantes
Falarei maldizeres em dias ensolarados
Reinarei um reino, de súditos surdos
Gritarei palavras de amor
Partirei para lugares em sentidos sagrados
Irei a pé ao vale da noite estrelada
E meus olhos cegarão no caminho
Não deixarei nem um momento de caminhar
É indo, às vezes retrocedo
“Índio do queixo torcido”
Exalto a beleza das casualidades
Não sei ver, a não ser além
Erro meu, sempre espero
Distraída chego a estações fora da rota
Esses desconhecidos, tão íntimos
Uma vulgaridade – o gato toma banho no sol do amanhecer