SOBRE O PERDÃO
A raiva é um sentimento efêmero, passageiro, porque somos seres imperfeitos e a nossa consciência é vacilante.
Partindo do princípio de que Deus nos criou, com o objetivo de que Ele está dentro de nós e que voltaremos para Ele, a verdadeira sabedoria é a própria conscientização do amor, do amor infinito que emana Dele...
Se eu tenho Deus dentro de mim, e todas as pessoas sem exceção também o tem, por que não nos amarmos infinitamente, perdoando nossos próprios erros e as imperfeições alheias?
Não basta que o amor esteja dentro de nós, ele precisa ser demonstrado, colocado em prática, vivido em todos nossos gestos, e isso é muito abrangente.
O primeiro passo para demonstrarmos o amor é tirarmos esse escudo protetor que se chama medo da rejeição, e ao fazermos isso poderemos dizer com todas as letras – EU TE AMO!
Sem preconceitos, sem medo de sermos mal interpretados e principalmente, sem esperarmos nada em troca.
É a doação sem nenhuma expectativa de recompensa.
Feito isso, temos que aproveitar todas as oportunidades que a vida nos dá (e até mesmo cria-las) para agirmos com bondade e tolerância, isso não significa praticar obras vultosas, mas ações singelas do dia a dia: ser ouvidos a quem precisa desabafar, ser um ombro amigo a quem precisa se apoiar, informar a quem necessita de orientação, estar sempre atento para estender a mão.
E o que é mais importante, é não esperar ser requisitado, e sim ter sensibilidade e coragem para doar esse amor que quer se expandir e não pode mais ficar sufocado, pois depois de descoberto, sua tendência é crescer cada vez mais.
Temos em nosso íntimo não só o amor, mas a raiva, o ódio, as frustrações, a impaciência e outras amarguras.
Para tudo isso existe o PERDÃO.
Praticar o perdão é um dos mais difíceis obstáculos na busca da Sabedoria Divina.
Se avaliarmos a intensidade desses sentimentos dentro de nós, tentarmos nos colocar na posição do outro, respeitarmos profundamente nossas diferenças e imperfeições, teremos a certeza absoluta de que Deus existe na alma de todos e que cada um está em um estágio diferente no processo de evolução.
Assim poderemos praticar o perdão, que é acima de tudo libertador.
Claudete de Campos Guimarães